Hoje os saltos altos são um dos maiores sinónimos de sensualidade feminina.
Despertam a atenção dos homens sobre quem os usa e como símbolo sexual chegam ao topo dos fetiches masculinos.

Mas nem sempre foi assim, originalmente os sapatos altos eram usados por homens. Desde o século X que homens a cavalo em muitas culturas usavam saltos nas suas botas e sapatos porque os ajudava a manterem os pés nos estribos das suas montadas (razão pela qual as botas dos cowboys têm saltos).

Sapato Persa, Museu Bata

Os cavaleiros Persas usavam saltos altos para se manterem equilibrados quando disparavam os seus arcos e a moda tornou-se popular na Europa no século XVI quando uma comitiva diplomática visitou a corte francesa. Na altura encontrava-se Luís XIV, O Rei Sol, no trono e sabe-se que o monarca rapidamente perfilhou estas peças. Sendo ele de baixa estatura (1,60m), via nos saltos altos uma forma de se elevar e assim ostentar o poder a posição associada ao seu cargo real. Para além do rei, a sua corte de aristocratas e nobres associaram-se a esta moda - era sinal de que quem os usava não necessitava de trabalhar ou de fazer grandes caminhadas.

Luís  XIV de França (Rei Sol), por Hyacinthe Rigaud (1701)

Eventualmente, as mulheres da classe alta começaram a usar saltos ao longo do século XVII e estes tornaram-se numa peça de vestuário obrigatória.
No entanto, nesta altura, os sapatos de saltos altos não identificavam o género, sendo usados por homens e mulheres de igual forma.

Mais tarde, os saltos foram sofrendo transformações, sendo que os dos homens tornaram-se mais largos e robustos e os das mulheres mais cónicos e atrativos.

Finalmente, no século XVIII, os saltos altos foram abandonados pelos homens por estes os considerarem pouco práticos, tornando-se num artigo exclusivo para senhoras.

Com a revolução francesa, em 1789, a aristocracia e os seus estilos frívolos, saíram de moda. O salto - considerado o símbolo da irracionalidade e superficialidade do sexo feminino - saiu de circulação por muito, muito tempo.

Voltaria com as pin-ups, durante a II Guerra Mundial, para ficar até aos nossos dias.

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