Girl Crush, sensualidade sem sexo...

14.7.15

Em Espanha chamam-lhe "Flechazo femenino", nos Estados Unidos da América "Girl Crush" em Portugal usamos o termo anglo-saxónico, mas poderíamos traduzir livremente como "paixoneta feminina". Na realidade o termo está associado a um enamoramento de uma mulher por outra sem que haja implicações sexuais. O tema não é novo, mas está mais do que nunca na moda e é visto e debatido em todas as áreas da sociedade e particularmente nas redes sociais.

Desde sempre as mulheres olham umas para as outras contemplando a sua beleza. Observam os penteados e as maquilhagens, as roupas que vestem ou os acessórios de moda que colocam. Às vezes por inveja outras, a maior parte, por paixão (crush) para com a outra.
A sensualidade feminina que os homens tanto apreciam e que serve de rede para captar a sua atenção também é responsável pela captação da atenção das outras mulheres.

É por isso normal que uma adolescente sinta uma paixoneta pela colega da escola que tem um look mais trabalhado, ou um corpo mais bonito, ou que uma mulher de 30 anos fique apaixonada pela imagem de uma modelo ou de uma atriz.

Nas redes sociais, como o twitter ou o facebook, encontramos muita informação a circular sobre este tema e existem mesmo hastags, como #WomenCrush o #GirlCrush, que nos levam a esses debates.

Para muitas, principalmente as mais tímidas tal situação pode ser constrangedora, principalmente se se vê a homossexualidade como algo temível. Para outras, é algo a explorar e pode, muitas vezes, dar início à descoberta do caminho para a bicuriosidade, hoje também ela muito em voga.

Para este aumento de popularidade muito têm contribuído os meios de entretenimento, como o cinema, a música ou mesmo a impressa mais especializada.

Não é por por isso de estranhar que a revista Vogue americana, que é dirigida maioritariamente para um público feminino, tenha vendido mais exemplares quando em março de 2014 publicou na capa o eterno Girl Crush entre Taylor Swift e Karlie Kloss.

Temos ainda as reações aos vídeos da Katy Perry "I kissed a Girl" e Shakira com Rihanna em "Can't Remember to Forget You" que surtiram maior impacto no universo feminino do que no masculino (segundo as estatísticas das suas editoras).

Apesar do Girl Crush não ter por base intencionalidade sexual, na realidade existe sempre uma mística à sua volta que de forma inconsciente, ou não, nos leva a pensar que tal intuito existe. Talvez por isso se torne tão apelativo e perturbador.


Baseado num texto da revista Smoda (El País) de 04 de julho de 2015 com o título "Flechazo femenino" escrito por Begoña Gómez Urzaiz.

Foto: Victoria's Secret (Fashion Show 2014). Todos os direitos reservados.

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