O que faria pela saúde da sua mãe?

6.7.15


Fachada princial do edifício Tecnoláser, Clínica Vista Sánchez Trancón, Badajoz

Hoje quero partilhar convosco uma história. Uma história verídica que se passou comigo e com a minha mãe mas que se podia passar (e que de certeza que se está a passar neste momento) com alguém e com a mãe de alguém. Tudo começou há alguns anos quando a minha mãe foi vista por um optometrista em Portugal que lhe disse que tinha uma pequena catarata no olho esquerdo.

Nessa altura foi a uma consulta ao Hospital Garcia de Orta em Almada onde o médico oftalmologista lhe disse que aquilo não era cataratas mas sim a vista cansada. Estávamos em 2011. A minha mãe confiou no que lhe estava a dizer, afinal o médico era um especialista do Serviço Nacional de Saúde.

Até novembro de 2014 nada mais lhe foi dito sobre cataratas apesar de visitar a médica de família com regularidade e de fazer exames de rotina para a sua idade.

Nesta data, e depois de sete quedas por má visão, decidiu solicitar uma nova consulta no Hospital Garcia de Horta (hospital da zona de residência). Nessa consulta, com outra médica, foi-lhe dito que o olho esquerdo (aquele que estava referenciado pelo optometrista em 2011) já estava com uma redução de visão em 95% e que o direito, pelo esforço de ter de ver pelos dois tinha reduzido 10%. Mais grave do que isso foi a conclusão da médica: informou que a minha mãe provavelmente já não ia ficar a ver do olho esquerdo e provavelmente o olho direito ia ficar também bastante afetado.

Nessa altura saímos da consulta com a indicação que a minha mãe ia para lista de espera para ser submetida a uma cirurgia ao olho esquerdo. Passados quase três meses (fevereiro de 2015), sem notícias do hospital, liguei para saber o ponto de situação e fiquei em choque. A minha mãe não estava na lista de espera conforme me foi dito pela médica. Em vez disso, estava numa lista de espera oficiosa numa folha de papel duma pasta guardada no gabinete de uma funcionária que não estava no momento ao serviço.

Protestei ao telefone e ao fim de meia hora lá consegui o número de um gabinete que iria saber explicar o inexplicável.

Conclusão, não só não me explicaram as coisas como tive de voltar com a minha mãe mais duas vezes à consulta sem ter a dita cirurgia à vista.

No início do mês de junho, cansados de andar de consulta em consulta no setor público, decidi levar a minha mãe ao Hospital privado da Cruz Vermelha Portuguesa em Lisboa para ser vista por um expecialista. Supostamente era um médico importante. Fizeram exames e depois de ver a minha mãe pegou-lhe pelo braço e deu uma volta pelo gabinete dizendo-lhe que iria passar o resto da vida dela com a impossibilidade de ver dos dois olhos visto que já estava numa fase muito avançada. Só com a cirurgia imediata poderia salvar alguma visão. E o preços? 1.900,00 euros cada vista em regime de ambulatório com custos acrescidos caso fossem colocadas lentes intraoculares.

É verdade, este médico pretendia operar a minha mãe, mas a única garantia que dava era a de poder ficar a ver da vista direita, aquela que dizia ainda ter 90% boa.

Escusado será dizer que a minha mãe saiu da consulta de rastos, sem qualquer vontade de lutar contra tais afirmações, pois para quem ganha 400,00 euros de reforma pagar quase 4.000,00 euros em cirurgias (fora extras) está automaticamente fora de questão.

Este era o destino dela, não havia nada a fazer (ou assim pensava ela).

Mas uns dias antes, a minha mãe tinha desabafado com a dona de um café/pastelaria onde foi tomar um lanche e a senhora falou-lhe numa clínica especializada em doenças oftalmológicas em Espanha (Badajoz) dando-lhe na altura o nome e o número de telefone. Fui à procura na internet. Como filho não podia deixar a minha mãe ficar cega sem pelo menos lutar com todas as minhas forças e esgotando todas as hipóteses.

Uma consulta 35,00 euros. Cirurgia 750,00 euros (dois olhos 1.500,00 euros). Os valores ficavam muito abaixo dos pedidos em Portugal. Não pensei duas vezes. Liguei no dia seguinte. Do outro lado uma senhora atendeu em espanhol "- Buenos Dias".

Perguntei-lhe se falava português. "- Claro que sim", respondeu.

Disse que queria marcar uma consulta para a minha mãe por causa das cataratas. Ficou marcada para dia 29 de junho (12 dias depois) às 15:00 hora de Portugal.

No dia em questão, fomos de manhã cedo até Badajoz, com muita ansiedade pelo caminho, pois não sabíamos o que iríamos ouvir.

Recepção, edifício Tecnoláser, Clínica Vista Sánchez Trancón, Badajoz

Na recepção encontrámos um português, que nos explicou tudo. Ainda estávamos a subir as escadas para a sala de espera já o técnico optometrista nos estava a chamar para a minha mãe fazer a primeira bateria de exames. Dava para ver que, quer as instalações, quer os equipamentos de diagnóstico, eram do mais avançado que há. Muito superiores aos encontrados em Portugal.

A seguir pediram-nos para aguardar um pouco na sala para poder ser vista pelo Dr. Sánchez Trancón, especialista em cirurgia às cataratas e director da Clínica com o mesmo nome.

Passados poucos minutos somos chamados, o Dr. com um sorriso tranquilizante recebe-nos como se estivéssemos a ser recebidos por um amigo em sua casa.

"- Muchas cataratas!, muchas cataratas!" - disse, depois de observar a minha mãe.

"- Quando quer ser operada?"

"- Mas ela pode ficar a ver bem? Dos dois olhos?" - pergunto eu incrédulo.

"- Claro que si. Não hay problema!", garantiu. "- Dia 2 julio, puede ser?" (quatro dias depois)

"- Sim Dr., claro que sim!" - respondi com uma alegria imensa.

Receitou umas gotas que compramos numa farmácia a 150 metros da clínica, marcamos um quarto no hotel em frente para a noite da cirurgia (4 estrelas por 50,00 euros) e regressamos a casa.

No dia 2 de julho à hora marcada estavamos novamente na clínica Vista Sánchez Trancón, para a operação às duas vistas.

Uma hora depois a minha mãe saía pelo próprio pé com uma cara de felicidade.

Perguntei-lhe se estava tudo bem. Respondeu-me que via tudo "muito claro".

Depois da noite passada no hotel, regressamos ao outro dia de manhã à clínica para uma observação.

O Dr. Sánchez Trancón disse-nos que tinha corrido tudo bem. Observou-a mais uma vez e disse-nos que tinhamos de lá voltar passados 7 dias.

Pedi-lhe então autorização para contar a história neste blogue, ao que não só disse que sim como sugeriu que tirássemos uma foto dele com a minha mãe.

Dr. Ángel Sánchez Trancón com a minha mãe depois da cirurgia e sem óculos

Mas as surpresas não acabavam aqui. Uma semana depois quando lá voltámos para a minha mãe fazer exames complementares e para receitarem os óculos ouvimos:

"- No necesita de gafas (óculos). Ve todo 100/100 de los dos ojos" - disse o técnico.

"- Sólo necesita gafas para ver de cerca (ao perto) - acrescentou.

A minha mãe recebeu um par de lentes monofocais intraoculares  e por isso não necessitava de óculos para ver ao longe, só para ver ao perto (ler, costurar, ...).

Óptica, edifício Tecnoláser, Clínica Vista Sánchez Trancón, Badajoz

Fomos então comprar os óculos na Óptica que pertence à clínica, ali mesmo ao lado. Uma portuguesa das Caldas da Rainha atendeu-nos e disse-nos para escolhermos a armação. Estariam prontos em meia hora e ficaria tudo por 100,00 euros. Em Espanha os óculos são comparticipados pelo Estado. Aproveitamos para ir almoçar e quando voltámos estava tudo pronto. Regressamos a Portugal com a minha mãe não só a ver dos dois olhos como a ver, agora, melhor do que eu.

Cafetaria e Parque, edifício Tecnoláser, Clínica Vista Sánchez Trancón, Badajoz

No final, com viagens, cirurgia, hotel, alimentação, óculos para ver ao perto, etc. "voltar a ver" custou 1.850,00 euros, ou seja, menos do que custava uma cirurgia a um dos olhos no Hospital da Cruz Vermelha. E em apenas duas semanas!

Mas a história da minha mãe é apenas uma de muitas que se ouvem na sala de espera desta clínica em Badajoz. A maioria dos utentes são portugueses e falam sobre os problemas que tiveram em Portugal com os seus familiares e todos com elogios à clínica.

Saber da existência desta clínica mudou tudo na vida da minha mãe. Por isso achei que era importante partilhar esta história convosco.

Aqui deixo os contactos, caso também vos seja útil:

Piso 0 (entrada), edifício Tecnoláser, Clínica Vista Sánchez Trancón, Badajoz




VISTA SÁNCHEZ TRANCÓN

Morada: C/ La Violeta, 6 - 06010 Badajoz (Em frente à Maternidade)
Tel.: 0034 924 240 351
email: clinica@vistasancheztrancon.com
www.vistasancheztrancon.com

NOTA: Que fique aqui bem claro que não ganho absolutamente nada com este post e que esta divulgação tem apenas a ambição de informar quem precisa de uma solução para questões oftalmológicas.

Fotos: Ele no Mundo Delas (Paulo Nabais)
Agradecimentos: Vista Sánchez Trancón (Dr. Ángel Sánchez Tracón)

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